Águas Negras: Uma tentativa frustrada de suspense e drama psicológico

Águas Negras: Uma tentativa frustrada de suspense e drama psicológico

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Filme tropeça em clichês, atuações inexpressivas e falta de profundidade narrativa

Águas Negras apresenta uma premissa familiar para os fãs de filmes de suspense: duas jovens amigas, Tara (Catherine Lidstone) e Amy (Angela Gulner), buscam refúgio em uma casa isolada à beira de um lago para superar problemas pessoais. Lá, encontram Lucas (Peter Porte), um estranho enigmático e atraente, que rapidamente é convidado a se juntar à convivência. A partir daí, o que poderia ser uma trama tensa e intrigante se torna um desfile de clichês mal explorados e decisões narrativas incoerentes.

O filme começa com uma tragédia no passado de Tara: o afogamento de seu irmão, causado por um incidente mal explicado envolvendo uma câmera fotográfica. Essa memória traumática é usada como justificativa para a personalidade inquieta da protagonista, mas a narrativa falha em desenvolver essa complexidade de forma convincente. Catherine Lidstone não consegue transmitir a profundidade emocional necessária, deixando Tara superficial e automática em seus conflitos.

Os outros personagens também sofrem com a falta de desenvolvimento. Amy é retratada como a amiga rica e fútil, enquanto Tara é a jovem pobre e frustrada, mas essa dicotomia serve apenas para alimentar brigas previsíveis entre as duas. Lucas, o “maníaco galã”, não inspira medo ou tensão, parecendo mais uma caricatura de vilão do que uma ameaça real.

A direção de Nanea Miyata não consegue elevar o material. A montagem é desajeitada, com transições que quebram o ritmo da narrativa. Em uma cena, por exemplo, Tara vai de decepcionada a insinuante de um plano para o outro, sem qualquer lógica emocional. A fotografia “lavada” e erros de continuidade, como mudanças bruscas na iluminação entre cenários, tornam o visual do filme igualmente sem vida.

Além disso, Águas Negras não oferece mistérios ou reviravoltas impactantes. A trama se apoia em convenções já vistas inúmeras vezes no cinema, como o isolamento em um lugar remoto, a falta de comunicação com o mundo externo e o confronto com um antagonista previsível. Apesar de ter consciência dos clichês, como indicado em diálogos autorreferentes, o filme não os subverte ou utiliza de maneira criativa, resultando em uma obra genérica e sem identidade.

Mesmo as cenas de maior tensão emocional ou suspense parecem forçadas, com diálogos rasos e interpretações pouco inspiradas. O resultado final é um filme que tenta explorar temas profundos, mas se perde em sua abordagem superficial e execução pobre.

Para quem busca uma experiência marcante de suspense psicológico, Águas Negras deixa muito a desejar, sendo mais um exemplo de como boas ideias podem ser desperdiçadas por uma produção mal conduzida.

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